RUA CONDE DE SARZEDAS
Em 1912 os imigrantes japoneses passaram a residir na
rua Conde de Sarzedas, ladeira íngreme, onde na parte baixa
havia um riacho e uma área de mangue.
Um dos motivos de procurarem essa rua é que quase
todas tinha porões, e os aluguéis dos quartos no subsolo
eram incrivelmente baratos. Nesses quartos moravam apenas grupos de
pessoas. Para aqueles imigrantes, aquele cantinho da cidade de
São Paulo significava esperança por dias melhores. Por
ser um bairro central, de lá poderiam se locomover facilmente
para os locais de trabalho.
Já nessa época começaram a surgir
as atividades comerciais: uma hospedaria, um empório, uma casa
que fabricava tofu (queijo de soja), outra que fabricava manju (doce
japonês) e também firmas agenciadoras de empregos,
formando assim a “rua dos japoneses”.
Em 1915 foi fundada a Taisho Shogakko (Escola
Primária Taisho), que ajudou na educação dos
filhos de japoneses, então em número aproximado de 300
pessoas.
Em 1932 eram cerca de 2 mil os japoneses em São
Paulo. Eles vinham diretamente do Japão e também do
interior, após encerrarem o contrato de trabalho na lavoura.
Todos vinham em busca de uma oportunidade na cidade. Cerca de 600
japoneses moravam na rua Conde de Sarzedas. Outros moravam nas ruas
Irmã Simpliciana, Tabatinguera, Conde do Pinhal, Conselheiro
Furtado, Tomás de Lima (Hoje Mituto Mizumoto), onde em 1914 foi
fundado o Hotel Ueji, pioneiro dos hotéis japoneses em
São Paulo, e dos Estudantes.
Os japoneses trabalhavam em mais de 60 atividades, mas quase todos os
estabelecimentos funcionavam para atender a coletividade
nipo-brasileira.
A Expulsão
A vida não era fácil para os imigrantes
japoneses que viviam em São Paulo, mas havia trabalho, comida e
moradia. Nos anos 20 e 30, eles já estavam integrados à
vida da cidade. Havia jogos de beisebol nos fins de semana, as
crianças podiam estudar em escolas de ensino do idioma
japonês. Podia-se saborear comida japonesa nas pensões e
ler publicações em japonês.
Em julho de 1941, o governo ordenou a suspensão
da publicação dos jornais em língua japonesa. Com
o início da guerra no Pacífico, em 1942, o governo de
Getúlio Vargas rompeu relações diplomáticas
com o Japão, fechando o Consulado Geral do Japão (fundado
em 1915 na rua Augusta, 297). No dia 6 de setembro, o governo decretou
a expulsão dos japoneses residentes nas ruas Conde de Sarzedas e
Estudantes. Somente em 1945, após a rendição do
Japão, é que a situação voltou à
normalidade na região.
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